A história de origem da Educação Corporativa: uma viagem pelo tempo!

Texto por: Pablo Reis Silva Tiago

Resumão: Tá sem tempo? Consulte rapidamente os principais pontos abordados:

  • No final do século XX, as empresas perceberam a importância de investir no desenvolvimento das pessoas para acompanhar as demandas do mercado em constante evolução.
  • A década de 1950 foi um marco importante para a Educação Corporativa, com a adoção dos princípios da andragogia e o estabelecimento de departamentos de treinamento internos nas empresas.
  • As Universidades Corporativas (UCs) surgiram nesse período, oferecendo programas de treinamento personalizados e alinhados às necessidades de cada organização.
  • A Educação Corporativa se consolidou na década de 1990, impulsionada pela evolução da tecnologia e pela utilização de plataformas online para oferecer treinamentos e cursos de maneira eficiente e escalável.
  • No Brasil, as UCs se popularizaram na década de 1990, incluindo a modalidade de Ensino a Distância (EAD).
  • Com o avanço da tecnologia, surgiram novos meios de ensino, como as plataformas LMS e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA), facilitando a interação e estimulando a busca ativa pelo conhecimento.
  • A Educação Corporativa continuará evoluindo, com destaque para a aprendizagem personalizada e sob demanda, e o papel cada vez mais importante da tecnologia.
  • A história da Educação Corporativa nos mostra a importância de investir no desenvolvimento das pessoas colaboradoras como estratégia para o sucesso organizacional.

Texto completo: Agora, se você é uma pessoa apaixonada por conhecimento e gosta de entender tintim por tintim de onde vêm as coisas, continue lendo e mergulhe nesse assunto com a gente. Conhecer as origens nos ajuda a compreender a importância do investimento no desenvolvimento dos colaboradores e a vislumbrar as possibilidades futuras.

Para começar, é interessante ter em mente que a Educação Corporativa (EC) é um fenômeno que vem ganhando cada vez mais destaque no mundo empresarial. Mas você já se perguntou como tudo começou? Vamos fazer uma viagem pelo tempo e descobrir a história por trás dessa prática tão importante. Nossa aventura começa nos primórdios da Revolução Industrial. O ambiente empresarial estava passando por uma transformação acelerada, com o surgimento de fábricas e o aumento da produção em larga escala. À medida que as empresas cresceram e se tornaram mais complexas, surgiu a necessidade de treinar as pessoas para lidar com as tarefas específicas de suas funções.

Inicialmente, a formação era realizada através de um sistema de aprendizado no trabalho, no qual as pessoas mais experientes transmitiam seus conhecimentos para as recém-chegadas. Essa abordagem era eficaz para o aprendizado prático, mas não era suficiente para suprir as demandas de conhecimentos técnicos e habilidades especializadas, que até então focavam no trabalho braçal, em que o uso da força bruta era o grande diferencial.

Lá pelo final do século XX, mais precisamente nos anos 1950, nos Estados Unidos, as empresas estavam passando por grandes transformações, e o trabalho braçal deixava de ser o foco principal. Era necessário incorporar conhecimentos técnicos e científicos para acompanhar as demandas do mercado em constante evolução. Na época, o fordismo e o taylorismo estavam em alta (lembra de estudar esses assuntos na escola?), e as empresas sentiram a necessidade de treinar as pessoas de um jeito mais dinâmico e estratégico (MUNHOZ, 2015). Elas perceberam que investir no desenvolvimento das pessoas era uma jogada inteligente, que poderia aumentar a produtividade, melhorar a qualidade dos produtos e serviços, e até dar uma vantagem competitiva no mercado.

E foi assim que a EC se popularizou, justamente em um momento em que o trabalho começava a mudar. A partir daí, as empresas decidiram apostar na andragogia, que é a pedagogia para os adultos, ou seja, a arte de não só ensinar, mas também guiar na caminhada do aprendizado (KNOWLES, 1970). Segundo Taylor e Kroth (SENAC, 2020), os princípios da andragogia são: conhecer a si mesmo, estar pronto para aprender, ter motivação para estudar, valorizar as experiências, ter orientação no processo de aprendizado e sentir a necessidade de aprender.

Percebe como a década de 1950 foi um marco importante para a Educação Corporativa? Nessa época, se valendo dos princípios andragógicos, as empresas começaram a estabelecer departamentos de treinamento internos, que eram responsáveis por desenvolver programas de capacitação para as pessoas colaboradoras. Esses programas incluíam desde treinamento técnico específico até cursos de desenvolvimento pessoal. O autor André Prado diz assim: “A empresa também é um lugar de aprendizado, com atividades bem definidas, então a pedagogia entra em ação pra garantir estratégias que melhorem os conhecimentos, com ideias e metas já traçadas, e assim causar mudanças no desempenho de cada um” (2013, p.155).

As Universidades Corporativas (UCs) também surgiram nesse período, sendo criadas por empresas de grande porte para fornecer educação de alta qualidade e personalizada. Essas instituições ofereciam programas de treinamento sob medida, combinando conhecimentos teóricos e práticos, alinhados às necessidades específicas de cada organização (LONGANO, 2007). No entanto, foi somente na década de 1990 que a Educação Corporativa realmente se consolidou como uma prática comum no mundo dos negócios.

Com a rápida evolução da tecnologia e o surgimento da internet, as empresas perceberam o potencial de utilizar plataformas online para oferecer treinamentos e cursos aos colaboradores de maneira mais eficiente e escalável. A Educação Corporativa se tornou um pacote de estratégias educacionais que as empresas criavam para garantir que as pessoas colaboradoras – e até parceiros, fornecedores e clientes – ficassem cada vez melhores nas habilidades profissionais consideradas importantes para o crescimento da organização (MUNHOZ, 2015).

As UCs se consolidaram, então, como as responsáveis por oferecer treinamentos e programas de desenvolvimento. A ideia era impactar profissionais, proporcionando conhecimentos e habilidades relevantes para o mundo corporativo em constante mudança. As organizações perceberam que investir na capacitação não só melhorava a produtividade e a qualidade do trabalho, mas também impulsionava a motivação e, claro, os lucros.

No Brasil, as UCs começaram a se popularizar na década de 1990. A primeira empresa a criar uma UC por aqui foi a Accor, uma multinacional francesa do ramo hoteleiro. A partir desse ponto, o modelo se popularizou e foi se fortalecendo ao longo do tempo, chegando inclusive à modalidade de Ensino a Distância (EAD). E por falar nela, olha só que interessante: lá para o final do século XIX, nos Estados Unidos e na Inglaterra, as universidades tradicionais de ensino já ofereciam cursos de capacitação por correspondência. Essa era uma forma pioneira de educação a distância, em que os alunos recebiam os materiais didáticos pelo correio e estudavam de forma autônoma. A ideia se expandiu ao longo do século XX, com mais países e instituições adotando o ensino por correspondência (SCHIER, 2008).

Ah, e não podemos esquecer do Brasil! Nos anos 70, o país também abraçou a modalidade EAD. Um exemplo famoso foram os telecursos, que ofereciam para adultos por meio da televisão educativa (quem aí lembra do Telecurso 2000?). O Projeto Minerva também merece destaque, pois disponibilizava cursos de supletivo de primeiro e segundo graus pelas rádios brasileiras.

Com o avanço da tecnologia, surgiram novos meios de ensino, como as plataformas LMS (Learning Management System) e os Ambientes Virtuais de Aprendizagem (AVA). Essas ferramentas permitem que você se torne construtor de sua própria aprendizagem, facilitando a interação entre momentos presenciais e não presenciais, e estimulando a curiosidade e a busca ativa pelo conhecimento por meio de games, vídeos online, guias digitais, trilhas de conhecimento, e por aí vai. Lucilo Rodrigues diz que o LMS “facilita a interação entre as aulas presenciais e online” e “melhora as diferentes abordagens pedagógicas” (2008, p. 06).

E assim, chegamos ao presente!  A evolução da Educação Corporativa reflete a importância que as empresas atribuem ao desenvolvimento de seu maior ativo: as pessoas. À medida que avançamos para o futuro, podemos esperar que a EC continue a se adaptar e evoluir. A aprendizagem personalizada e sob demanda ganhará destaque, permitindo que as pessoas acessem os recursos de educação de acordo com suas necessidades individuais e em seu próprio ritmo. Com certeza, a tecnologia desempenhará um papel cada vez mais importante, com o surgimento de novas ferramentas e plataformas de aprendizado, mas este é um assunto para outro texto.

A história da Educação Corporativa nos mostra como uma ideia simples evoluiu para se tornar uma prática essencial nas empresas de hoje. Ela nos lembra que o aprendizado é um processo sem fim e que investir no desenvolvimento dos colaboradores é uma estratégia inteligente para o sucesso organizacional. Que possamos continuar valorizando e investindo na EC, reconhecendo seu poder de impulsionar o crescimento das empresas e capacitando as pessoas colaboradoras a alcançarem sua melhor versão.

Esperamos que este artigo tenha despertado seu interesse pelo potencial da Educação Corporativa para engajar as pessoas e impulsionar o sucesso das empresas. Na Team Upp, temos paixão por ajudar nossos clientes a alcançarem seus objetivos por meio de uma abordagem humana, interativa e divertida. No próximo texto, vamos mergulhar mais profundamente em como a Team Upp pode ser sua parceira ideal para desenvolver soluções de T&D sob medida para sua organização. Vamos explorar nossas metodologias inovadoras, tecnologias avançadas e como nossa equipe de especialistas pode ajudar a criar uma cultura de aprendizado e de engajamento das pessoas colaboradoras.

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Confira a seguir as fontes que utilizamos de referência para este material:

EBOLI, Marisa. Educação Corporativa ganha novos horizontes com pandemia e EAD. Estadão, 2022. Disponível em: <https://economia.estadao.com.br/blogs/radar-do-emprego/educacao-corporativa-ganha-novos-horizontes-com-pandemia-e-ead/>. Acesso em: 02 nov. 2022.

KIRKPATRICK, Donald L.; & KIRKPATRICK, James. D. Evaluating Training Programs: The Four Levels. Berrett-Koehler Publishers; 3rd ed. Edição, 2006.

KNOWLES, M. Do aluno adulto. Uma espécie negligenciada. 4. ed. Houston: Gulf Publishing, 1973.

LONGANO, Priscila de Freitas. Universidade Corporativa: projeto do capital para a formação dos trabalhadores. Dissertação apresentada ao Programa de Pós-graduação e Educação da Faculdade de Educação da Universidade Federal de Uberlância. Uberlândia-MG, 2007.

MEISTER, Jeanne. Educação Corporativa: a gestão do capital intelectual através das Universidades Corporativas. São Paulo-SP: Makron Books, 1999.

____________. Educação Corporativa no Brasil: mitos e verdades. São Paulo-SP: Editora Gente, 2004.

MUNHOZ, Antônio S. Educação Corporativa: desafio para o Século XXI. Curitiba: InterSabereres, 2015.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2003.

PRADO, André Alves. A Atuação do Pedagogo na Empresa: A Aplicação Eficiente e Eficaz da Pedagogia Empresarial. Business Pedagogy; Organization; Development.  ECCOM, v. 4, n. 7, jan./jun. 2013. p.153-169. Disponível em: <http://publicacoes.fatea.br/index.php/eccom/article/view/593/423> Acesso em: 17 abr. 2023.

Princípios da andragogia: características da educação de adultos. SENAC RS, 2020. Disponível em: https://www.senacrs.com.br/cursos_rede/educacao_em_seguranca_no_trabalho/html/04_principios_andragogia/index.html?page=1. Acesso em: 20. De fev. de 2022.

RODRIGUES, Lucilo A. Uma nova proposta para o conceito de blended learning. Interfaces da Educação, Paranaíba, vol. 1, n. 3, p. 5-22, 2010. Disponível em: https://periodicosonline.uems.br/index.php/interfaces/article/view/628. Acesso em: 18 de fev. de 2022.

SCHIER, Silvéria A. B. A concepção de linguagem utilizada no sistema EAD-UNITINS. Orientador: Maria Luíza M. S. Coroa. 2008; 137 f. Dissertação (Mestrado) – Curso de Linguística, Universidade de Brasília, Brasília, 2008. Disponível em: http://bdtd.ibict.br/vufind/Record/UNB_33889fe02de97fe1e3b659f64b185454. Acesso em: 15 de fev. de 2022.